VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E ATENDIMENTO HUMANIZADO DO PARTO: Uma revisão integrativa de literatura sobre a capacitação dos enfermeiros

Resumo

O estudo aborda a violência obstétrica, definida como a realização de procedimentos desnecessários e sem o consentimento da paciente. A partir da década de 1980, movimentos de profissionais da saúde e defensores dos direitos reprodutivos começaram a combater essa violência, mas foi apenas nos anos 2000 que o tema ganhou maior reconhecimento. Este artigo tem como objetivo analisar a literatura existente sobre a capacitação dos enfermeiros para práticas de atendimento humanizado do parto e a prevenção da violência obstétrica, identificando lacunas e desafios. A metodologia utilizada foi a revisão integrativa de literatura, com a seleção de artigos de pesquisa originais, revisões de literatura, diretrizes de práticas clínicas e relatórios de conferências, publicados em inglês e português na última década. Os resultados mostram que a medicalização excessiva do parto, muitas vezes desnecessária, transforma um evento natural em um procedimento clínico potencialmente traumático, violando os direitos das mulheres. A criação da Rede de Humanização do Parto e Nascimento (REHUNA) e a Lei 11.108 representam avanços, mas sua implementação ainda enfrenta desafios. A capacitação dos profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, é crucial para um atendimento humanizado. As diretrizes da OMS enfatizam a necessidade de intervenções mínimas e baseadas em evidências. Conclui-se que a prevenção da violência obstétrica e a promoção de um parto humanizado requerem uma abordagem variada, envolvendo a revisão das práticas clínicas, políticas públicas eficazes e capacitação contínua dos profissionais de saúde